segunda-feira, 23 de maio de 2011

Quanto a vidas, e modos de respiração.

Tenho medo do imprevisível. Do que me falta à visão. Daquelas meia-noites vividas e sofridas. Sofridas.
Não procuro dar ênfase na resposta que tenho sempre em mãos: não. Tentar é imprevisível. Tentar me assombra, mesmo me pôndo a prova. Tenho arrepios ao lembrar daquele dia, que você mal sabe o que me ocorreu.
As vezes as pessoas tiram suas esperanças - aquelas que ainda lhe restam - e simplesmente saem andando. Falando em algum celular, ou coisa que o valha.
Eu não gosto de me descrever, na verdade, sou do tipo que faço olhando apenas para mim mesma. Sou do tipo: não sou. O que você vê, não me agrada, pois apenas não sou.
Se depois de todas essas palavras, você que pensa que me conhece, que tenta me ler, e sabe que sempre passei por cima de todas essas barreiras, ainda pensa que sou, apenas digo: não sou.
Eu sempre tento, eu sempre vivo essas meia-noites que os vezinquandos me trazem aquela carência que sou eu mesma, que vive de mim.
Não ando por linhas tortas, as linhas em que eu passo são todas retas. Mas ainda assim, todo aquele seu encanto vem à tona. Tropeço, mais uma vez. E sempre me ocorre nos finais de semana.
Eu procuro por você, eu não quero procurar. Não querer, não é ser. O que me aflinge, é aquilo que mais me tem por completa. O que me tira do sério, faz com que eu esqueça de que existo. Excitação.
Hoje, depois de tantos acontecimentos fatídicos, caminhei pensando muito, e meus pensamentos eram tão permanentes em minha cabeça, que cheguei e logo corri para escreve-los. Como quem precisa desabafar.

Ouvindo uma música que me entorpeça o bastante, para poder me desenrolar. E me desenrolar não é algo tão fácil. Eu mesma não consigo. E nessas batidas, fica tão mais difícil de sentir o coração pulsando. Porque eu sei, eu tenho absoluta certeza, de que eu podería viver muito melhor o agora.
O problema é tirar o amanhã da cabeça. Não pelo fato de amanhã ser uma segunda-feira, nem nada. Mas sim, porque me ensinaram dessa forma.

O amanhã é outro dia.

Mas agora é outro instante, não é mais o que acabou de passar. Porque insisto nisso? E quando é a hora de parar?
Me baseio no mesmo rítmo em que aprendi. Me contorço com as traduções que eu mesma não traduzo a tempos. Há semanas que o ocorrido faz com que eu me sinta esse ser que está ao lado de tudo. Para ser correta, umas duas semanas, uns dois finais de semana. Eu não preciso disso. Pelo menos, eu acho que não.
E eu acho que, eu acho, é algo imprevisível também. Todas as incertezas são profundas. Todos os sonhos são irreais.
E não é porque eu estou escutando aquela canção de ninar que você me apresentou, que vou adormecer realmente. Ela me deixa bem acesa a tudo o que me escapa pelos dedos. Palavras.

Não tenho mais um rumo, porque um rumo não é o que todos nós imaginamos ser. Não quero ser um rumo na vida de ninguém. Quero ser alguém, e que sejas um-alguém-pra-eu-também. Que sejas pré-destinado como uma carta que chega para me alegrar, mas que eu nunca queira te guardar na minha gaveta. Fique apenas atento com o que tento te dizer agora: posso ser.

Com todos esses boleros, vou sumindo em paz. Deixando de existir pra você, mais uma vez..

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